quarta-feira, 28 de março de 2012

Discurso de paraninfa para a turma de Letras-Português de Pedro II


Boa noite!

Peço licença para, neste momento, dirigir-me aos formandos, os quais tive a imensa satisfação de fazer parte de suas vidas por 2 anos, enquanto ministrava aulas em sua turma e cuja formatura nos deixa extasiados de felicidades, mesclados com uma certa saudade, pela separação inevitável e necessária.

Quando soube da notícia de que tinha sido escolhida como paraninfa da turma fiquei imensamente feliz pelo reconhecimento de um período de convivência que tivemos juntos, de amizades, afetos e não apenas da relação educando-educador. Na verdade foi uma relação de irmãos, Filhos da Linguagem.

Foram noites e noites de troca de conhecimento, de alegria pela busca do saber, de leitura e releitura dos grandes nomes da literatura, tudo com o objetivo do sucesso e do tão sonhado diploma. Diploma este que não deve constar em vossas casas apenas como um assessório pendurado na parede ou mesmo guardado, e sim levado adiante na troca de conhecimento com a sociedade estudantil que vos espera com a ânsia de aprender mais e mais, e assim dar continuidade ao ciclo que se inicia diante de vocês: o da educação como forma de conseguir sempre o melhor, o bem-estar, de vencer na vida.

Cada um de vocês que hoje está aqui, recebendo o grau e se tornando licenciado em Língua Portuguesa é porque persistiu e lutou. A luta foi árdua, eu sei. Quantos não tinham que se deslocar de suas residências em outras cidades para estar aqui, quantos deixaram filhos (seus maiores afetos) nas mãos de outros, quantos abdicaram das raiações, quantos enfrentaram dias de chuva, enfim... foram muitos problemas a serem superados, mas o gostinho da vitória apaga da memória os sofrimentos e dá lugar ao êxtase da batalha vencida.

E lembrem-se: Todos vocês são vitoriosos e quisera eu, como ser humano, ter as qualidades que todos vocês juntos tem, para fazer o mundo cada vez mais melhor e mais feliz. Em cada um, há muitas. Mas vamos às mais marcantes, enumeradas por esta que vos fala, e que teve o imenso prazer de poder observar tudo isso vindo de vocês.

Cada ser humano deveria ter em si pelo menos algumas das qualidades relacionadas a seguir, extraídas (as mais marcantes, claro) destes campeões que estão aqui.

São elas: a Discrição do Anécio; a Calma da Carliane; a Generosidade do Cleandro; a Modéstia do Filipe; a Competência da Francisca Maria; a Solidariedade do Barroso; a Humildade do Assis; a Perseverança da Girleida; a Dinamicidade do Bacelar; a Perspicácia do Hermilane; a Criatividade da Iarasmim; a Dedicação da Janaína; a Sinceridade da Joana; a organização da Jocinete; a Determinação do Acácio; a Habilidade do Moacy; a Persistência da Lidiane; o Humor do Limarcos; a Honestidade do Marciel; o Respeito da Conceição; a Simpatia da Fátima; a Alegria da Fernanda; a Inteligência da Rosário; a Exigência da Maryane; a Lealdade da Marli; a Autenticidade da Mônica; O espírito prestativo da Nayra; a Liderança da Neyla; a Responsabilidade da Núbia; o Companheirismo da Patrícia; a Amizade da Rosa Helena; a Sabedoria do Thiago; a Coragem do Vagner; a Compreensão da Valesca; e a Versatilidade do Victor.

Olha só o quanto fomos agraciados de coisas boas nesse período. Tivemos a oportunidade de conviver com todas estas qualidades, mescladas muitas vezes de alguns defeitos, mas tão insignificantes que não tivemos tempo para levarmos em conta. As qualidades se sobressaíram e com certeza, de hoje em diante, estarão mais avivadas em nossos comportamentos, em nossas memórias. E isso vai nos acompanhar pela vida inteira.

Hoje, aqui, estamos vivenciando apenas mais uma etapa cumprida neste caminho de busca incessante, que é o do aprendizado. Ele é árduo, mas quem tem coragem e perseverança vai longe.

Outro ponto crucial: não vamos deixar nos abater pelos discursos que empobrecem a carreira do professor. Somos educadores e mais que isso: temos consciência de que podemos fazer algo de bom para ajudar e engrandecer nosso país através da educação, que ainda é a mola precípua e propulsora do desenvolvimento de uma nação.

Fim da caminhada? Não... apenas de uma etapa. Etapa esta, vencida com todo merecimento, seja pelo esforço desprendido, pelo conhecimento expandido, pela garra e pela determinação do triunfo, enfim.

Meu desejo a todos é simplesmente um: SUCESSO...

Parabéns, Filhos da Linguagem!

Obrigada!

domingo, 25 de março de 2012

Três grandes artistas brasileiros que se resumem em: orgulho, ensinamento e saudade



Falar em arte no Brasil é algo fácil até porque temos um acervo muito grande de magníficos artistas que se destacam pelo seu potencial não só em nosso país, mas até internacionalmente. Lendo um livro de memórias do nosso escritor Monteiro Lobato, tive a ideia de escrever esta crônica como uma forma de homenagear estes três grandes artistas: Chico Anysio, Luiz Gonzaga e Monteiro Lobato, os quais sou fã incondicional.

Já dizia um estudioso: “Uma obra de arte só se transforma e é uma verdadeira obra de arte quando o público a reconhece”. E isso não faltou a esses três grandes artistas de nosso país e que tanto nos orgulharam e nos orgulham em qualquer tempo e qualquer época.

O último que se foi, bem recente (2012), Chico Anysio, marcou o nosso país com seu humor, suas centenas de papeis, que antes de nos fazerem rir, nos faziam pensar e refletir sobre os mais diversos conflitos e problemas de nossa sociedade. Foi um humorista completo, dinâmico e que aproveitou cada segundo da vida fazendo os outros sorrirem. Como ele mesmo disse: “não tenho medo da morte, tenho pena de morrer”, nós também ficamos triste com sua partida por não sermos mais agraciados com sua arte humorística.

Luiz Gonzaga (Lua) foi o artista da música (cantor, compositor e sanfoneiro), o responsável por fazer a divulgação do nosso forró para todo o Brasil e, porque não dizer, para o mundo. Foi-se há algum tempo, em 1989. Mas sua voz e suas canções chamaram a atenção, tanto pela poesia quanto pela melodia do verdadeiro forró nordestino, seja ele o baião, o xote ou xaxado (suas marcas). O melhor de tudo é que tive uma infância ouvindo esse mestre e me orgulho disso: das verdadeiras e mais bonitas letras de forró de que se tem notícia até hoje.

O último, porém não menos importante artista brasileiro está inserido nas letras, na literatura. Trata-se do nosso “lutador por um Brasil independente”: Monteiro Lobato, que se foi em 1948. Ele foi o poeta das críticas e sátiras, através de seus romances cheios de figuras popularmente brasileiras, como o Jeca Tatu. Mas não se pode deixar de destacar também seus personagens infantis, como as que estão no Sítio do Pica-Pau Amarelo: Emília, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta e Visconde de Sabugosa... que até hoje permeiam a fantasia das crianças.

Três artistas completos: não se pode negar... Perdê-los não foi fácil, porque sabemos do seu imensurável valor para nossa sociedade. O que fica são os seus ensinamentos e a saudade, que é constante, mas que pode ser amenizada através da audiovisualização de programas, como no caso de Chico Anysio; na audição das músicas do “Velho Lua”; e na maravilhosa leitura do escritor Monteiro Lobato. Fica a dica!