quarta-feira, 10 de junho de 2020

Poema a um ex-futuro-pretendente


Não é questão de beleza exterior
nem muito menos do seu estereótipo
a mim dirigido de forma sutil.
Será que é o medo da avalanche?
Ou apenas consciência da inaptidão
de lidar com um coração preparado
pelos caminhos e tráfegos da desilusão?

Não é questão de não conseguir
a reciprocidade afetiva.
Talvez seja mesmo receio do obscuro
diante da fortaleza que surge
sem medo de atravessar o muro
do coração, da sensatez e da razão,
ratificando o equilíbrio da emoção

Não é questão de superioridade
até porque reina a igualdade.
Deve ser mesmo a sensação precípua
de que poderá devastar sua vida
por um simples erro cometido.
E assim se arrepender
do caminho não ter prosseguido.

A questão verdadeira é a covardia
sem ânimo nem audácia da tentativa.
Não tenho pena do teu coração
nem da tua alma vazia.
Tenho sorte da mulher que sou
do orgulho de ser sempre ativa
Certamente da minha resiliência
e da minha escolha com coerência.