terça-feira, 7 de abril de 2020

Sumiço que parece mentira


Há exata uma semana, naquela quarta, 01/04, você foi e não retornou.
Como queria que fosse apenas uma mentira de 1° de abril.
Cabeça branca em contraste com o boné preto. Seus 93 anos jamais foram empecilhos de uma vida configurada de viagens (herdei esse gosto dele... tá no sangue), conhecendo todo o Brasil; o amor por estar próximo da Natureza nas suas caças esportivas; a coragem para enfrentar discursos  (enérgicos) e desafios rotineiros.
Pensou a educação como forma de transformação para o futuro de dezenas de crianças... educação passada de pai para filho... de avô para neto... (mais uma característica herdada).
Oh trilha sem fim, onde guardastes a preciosidade de um pai, irmão, avô, tio, padrinho???
Não fomos feitos para "desaparecer". É lastimável este suspiro fugaz, este olhar sem direção, essa falta de materialidade, esse aperto no coração...
Quando o poeta Fernando Pessoa destacou em sua poesia que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena", logo lembrei  de que sua alma é muito maior que você e deve ser por isso que sempre lutou como um guerreiro por tudo aquilo que desejava, inclusive esta liberdade que te afugentou de nós.
Mas o que mantém nossa fé é a força e a certeza de que você honrará a frase célebre do imperador romano Júlio César: Vim, vi e venci. E tenho certeza de que vencerá esta guerra entre o não estar e estar aqui, né mesmo Sr. Luiz Minelvino?
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