segunda-feira, 27 de julho de 2020

É sobre sonhos



Um dia sonhei que iria no Beto Carrero e que teria o quarto dos meus sonhos. Sim. Sonhei quando ainda morava no Sítio São Francisco, lá entre Piripiri e Brasileira, época em que vivi os melhores momentos da minha infância. As brincadeiras eram embaixo dos pés de seriguela, goiaba e manga. E a melhor época era a das moagens de Cana de Açúcar e das farinhadas. Tirar leite mugido pela manhã era também uma grande diversão. Só não podíamos encostar na fábrica de cachaça, pois era perigoso. E meu avô ficava preocupado se ficássemos por perto. Eu e meus irmãos éramos muito peraltas e lembro que uma vez meu irmão foi parar no meio do poço, onde havia uma madeira de um lado a outro. Pense num desespero de todos!! As galinhas fugiam de nós, de tanto corrermos atrás delas. O rádio era meu karaokê e o cabo de vassoura meu microfone. O palco era um banco de madeira no alpendre da grande casa. Em épocas de fogueira, quanta coisa gostosa comíamos assada pelo fogo da mesma. Ah... quantas lembranças boas de um tempo que não volta mais.

Sobre os sonhos? Sim... corri atrás. Sempre fui uma das melhores da sala, apesar do bullying sofrido até os 13 anos de idade por ser gordinha.

Aos 18 anos: o primeiro beijo, o primeiro emprego, a primeira viagem sozinha (para Carnaubal-CE).

Aos 24 anos concluí o curso de Letras. Eu sempre soube que os estudos e o trabalho são o que mais dignificam uma pessoa e a faz ter foco para conseguir seus objetivos. Ser caixa de loja, professora, repórter, cerimonialista, apresentadora, radialista, diretora de cultura foi o maior aprendizado da minha vida. Viajar por diversos lugares me fez ver o mundo de uma maneira muito especial. Passar num concurso foi o ápice de uma vida cheia de anseios pelo melhor.  Hoje, eu me sinto feliz e realizada por ter um carro, uma casa, o quarto dos sonhos e o poder e liberdade para viajar por onde quiser. Ah... e fui ao Beto Carrero em 2012, realizando um dos sonhos!

Analisando a minha evolução até aqui, percebo que as minhas maiores forças vêm de Deus, da minha fé e das minhas convicções por fazer o bem a quem precisa. Empatia e solidariedade deveriam ser as premissas de qualquer ser humano para termos um mundo melhor. Pense nisso!!! E seja feliz!!! Eu sou!!

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Poema a um ex-futuro-pretendente


Não é questão de beleza exterior
nem muito menos do seu estereótipo
a mim dirigido de forma sutil.
Será que é o medo da avalanche?
Ou apenas consciência da inaptidão
de lidar com um coração preparado
pelos caminhos e tráfegos da desilusão?

Não é questão de não conseguir
a reciprocidade afetiva.
Talvez seja mesmo receio do obscuro
diante da fortaleza que surge
sem medo de atravessar o muro
do coração, da sensatez e da razão,
ratificando o equilíbrio da emoção

Não é questão de superioridade
até porque reina a igualdade.
Deve ser mesmo a sensação precípua
de que poderá devastar sua vida
por um simples erro cometido.
E assim se arrepender
do caminho não ter prosseguido.

A questão verdadeira é a covardia
sem ânimo nem audácia da tentativa.
Não tenho pena do teu coração
nem da tua alma vazia.
Tenho sorte da mulher que sou
do orgulho de ser sempre ativa
Certamente da minha resiliência
e da minha escolha com coerência.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Sumiço que parece mentira


Há exata uma semana, naquela quarta, 01/04, você foi e não retornou.
Como queria que fosse apenas uma mentira de 1° de abril.
Cabeça branca em contraste com o boné preto. Seus 93 anos jamais foram empecilhos de uma vida configurada de viagens (herdei esse gosto dele... tá no sangue), conhecendo todo o Brasil; o amor por estar próximo da Natureza nas suas caças esportivas; a coragem para enfrentar discursos  (enérgicos) e desafios rotineiros.
Pensou a educação como forma de transformação para o futuro de dezenas de crianças... educação passada de pai para filho... de avô para neto... (mais uma característica herdada).
Oh trilha sem fim, onde guardastes a preciosidade de um pai, irmão, avô, tio, padrinho???
Não fomos feitos para "desaparecer". É lastimável este suspiro fugaz, este olhar sem direção, essa falta de materialidade, esse aperto no coração...
Quando o poeta Fernando Pessoa destacou em sua poesia que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena", logo lembrei  de que sua alma é muito maior que você e deve ser por isso que sempre lutou como um guerreiro por tudo aquilo que desejava, inclusive esta liberdade que te afugentou de nós.
Mas o que mantém nossa fé é a força e a certeza de que você honrará a frase célebre do imperador romano Júlio César: Vim, vi e venci. E tenho certeza de que vencerá esta guerra entre o não estar e estar aqui, né mesmo Sr. Luiz Minelvino?
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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O dia em que a vida parou pra mim


Adoecer para alguns é algo visto como possibilidade de ter um tempo para se cuidar... repousar... não ir trabalhar... etc
Comigo, quando isso acontece, é como se estivesse morta, por não fazer aquilo que todos os dias eu faço: viver.
É a partir daí que se pode perceber o quanto somos frágeis diante de nossas vontades e até mesmo diante da vida, pela ideia precípua da morte... de não se poder fazer NADA. E NADA aqui tem o significado de acordar e poder se levantar... levantar-se e poder comer o que quiser.... comer o que quiser e não sentir nada... poder ir trabalhar... correr... brincar... ler... participar da vida das outras pessoas... enfim... adoecer é morrer por um dia... ou mais, pois as possibilidades são reduzidas a simplesmente REPOUSAR, que é um dos termos usados quando se morre.
Ah... como é ruim adoecer e sentir incapaz de rir e fazer o outro rir! 
Enfim... morrer por um dia é péssimo e não aconselho a ninguém!