quarta-feira, 19 de maio de 2021

Maquiagem Psicológica do Professor


 

A Pandemia nos revelou o que mais temíamos em nós: a emersão de nossos enclausurados sentimentos de angústia, medo, tristeza, decepção e dor, que sempre ficaram lá num cantinho escondido. Às vezes, aparecendo timidamente em momentos súbitos, mas retornando na imediatez do momento fugaz.

E os sentimentos que estavam sempre na superfície, sem muitas vezes termos que fazer esforços para que transparecessem, como alegria, satisfação, empolgação e positivismo, ficaram cada vez mais difíceis de serem emergidos.

E isso é fruto de todo um contexto de isolamento físico de nossos familiares, de nossos imensuráveis contatos sociais, nossos ambientes de degustação, enfim de nossos lugares preferidos, sejam eles familiares, turísticos, profissionais, culinários, esportivos ou recreativos.

Para quem é professor, o mundo parece que se fechou mais ainda através do tempo. Tempo este reduzido ao pensar e fazer. Pensar em como dar a melhor aula, pensar em como chamar a atenção do aluno para a aula, pensar em como fazer a atividade que melhor possa avaliá-lo e tudo isso na consequência do fazer, porque o fazer é a prática, mas não se pode esquecer que o cansaço do professor vem muito mais da teoria do que da prática e é o cansaço psicológico. Este que maltrata, degenera, perturba, pela incapacidade de empatia de vários, mas principalmente do seu público principal: o aluno.

Como é triste ver o mundo interior dos professores desabando em ruínas, enquanto precisa usar todos os dias sua maquiagem psicológica para aguentar o “tranco”: sorriso nos lábios e positividade no olhar para elevar a força de vontade de quem não tem.

E detalhe: sendo exigido isso, tanto da sociedade, quanto de seus superiores que, infelizmente, não entendem que por trás dessa maquiagem tem um ser humano cheio de sentimentos.

#TristeRealidade

#Caos